"Malcolm considerava-se propriedade do povo que o havia gerado. Não se considerava seu salvador, era modesto demais para isso e cedeu o papel para outro;mas considerava-se servidor dele e a fim de não trair essa confiança estava pronto a morrer - e morreu. Malcolm não era um racista,nem mesmo quando pensava que o era. Sua inteligência era mais complexa; contudo, se houvesse sido um racista, poucos neste país racista o teriam considerado perigoso. Ele teria sido familiar e até mesmo reconfortante; sua conhecida raiva confirmava a realidade da força branca e sensivelmente inflamava uma bizarra espécie culpa erótica sem a qual, estou começando a acredita, a maior parte dos americanos de maior ou menor convicção liberal simplesmente não poderia respirar. O que o fazia inusual e perigoso não era seu ódio por gente branca, mas o seu amor pelos negros, as razões disso, e sua determinação , portanto, para trabalhar nos corações e nos espíritos deles tinha por finalidade faze-los capazes de enxergar sua própria condição e transformarem-la eles próprios."
James Baldwin
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