"Nzambi a tu bane nguzu um kukaiela"

sábado, 5 de setembro de 2009

Xangô (Al Eleazar Fun) UCPA

Veja os olhos de Deus
E são uns olhos de fogo
Nossos jovens em vestimentas de
Guerra
Estão por todo o mundo e nos amam



Xangô
Começou dizendo, como de uma revolta muito profunda, uma mágoa muito grande.
E lembrou das injustiças sofridas. Conclamou seu povo para ficar em pé e se armar de um estado de revanche, conquista e orgulho. Lembrou de nosso lado para nos apoiar em nossa luta justa.
Toda a natureza envolta responde a nosso favor. Pois após termos a tudo construído não vamos ser jogados fora como bagaço moido, carcaça desnecessária.
Nossa disposição e nossa juventude está aí para desfrutar da nação que sabemos que construímos. Todo dia é dia de preto.
Vamos nos cuidar, levar uma vida saudável. Positiva. Investir em nós mesmos. Descobrir a satisfação que é descobrir a nossa verdadeira história, não isto que está nesses livros didáticos, que colocam assassinos grosseiros, chucros, ignorantes e ambiciosos, como heróis . E líderes populares que se colocaram contra injustiças.
Líderes, filhos diletos de Xangô. Como bandidos execrados em praças públicas e degolados.
Temos consciência da arquitetura para destruição de nossa cultura a começar por nossa religião de origem. Alvo principal de constante ataque como forma de destruição de nosso povo.
Uma vez a religião ser nossa matriz cultural. O Estado cumpre eficientemente seu papel colocando contra nós um aparato policial sanguinário, irônico, alienado. Sem atacar as verdadeiras fontes de violência.
Como abandono de nosso povo.
A canalhice da mídia.
Mas nós temos nos caracterizado historicamente em ser maior do que nossas tragédias. E todo esse sistema, não contava com nossa reação como o surgimento da cultura Hip Hop que hoje forma um cinturão, fazendo a babilônia de toda se inquietar.
Não contavam com o Pan Africanismo do Rastafari que a tudo acalma no I and I, em Jah love.
E é por isso que temos motivo e alegria em comemorar a memória de Zumbi. Nosso Rei. E sabemos que a alegria com que vamos sair daqui, será capaz de fazer cada um de nós converter mais 30 irmãos e irmãs preta, para nossa causa.
A causa do Povo Preto em se amar, se respeitar, casar entre si e sorrir da derrota de quem, nem sequer respeita a diversidade que o criador fez. Tentando impor uma superioridade ridícula que os fazem pagar o preço do vexame.
Não vamos esquecer por nem um segundo de todos os irmãos que foram assassinados por esse sistema e vamos fazer justiça. Isso pode ser daqui a um segundo ou daqui a 500 anos.
Kawó-Kabye silé!
Al Eleazar Fun
(Filhos da África – Nº 08 de 20/11/2000 e UCPA – Nº 01 de 01/08/2002 )

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