"Nzambi a tu bane nguzu um kukaiela"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA UNIDADE AFRICANA PARA A AUTOESTIMA DE NOSSAS CRIANÇAS

Enquanto pessoas brancas, ou supostamente brancas, se orgulham em falar de sua origem europeia, parte da população, sem identidade, sofre com a baixa autoestima. 
Aqueles que se dizem descendentes de italianos, possuem uma referência. Referência pela qual será valorizada nas novelas, filmes, livros didáticos, etc. Nesse sentido fica nítido que se trata de duas realidades. 
Além disso, temos que enfrentar a desumanização, iniciada desde que os brancos puseram seus pés na África. 
Casos frequentes, de violência física ou psicológica marcam o cotidiano de nossos jovens. Não apenas nas escolas, hospitais, delegacias; ocorrem também na tv (concessão pública) e em qualquer outra instituição pública ou privada, onde nosso povo é tratado como cidadão de segunda categoria.
Em 1955, Fernando Dias, um garoto de três anos, ocupou as páginas dos jornais cariocas durante meses, no episódio conhecido na época como "o caso do menino preto. Foi a primeira vez que o Judiciário brasileiro enfrentava um caso de racismo. Fernandinho foi expulso do The Happy School, de Copacabana, por causa de sua origem. 
Nada mudou, na semana passada o Colégio Adventista de Santos, no litoral de São Paulo, tornou-se manchete por impedir Vinicius Santos Dias, de 16 anos, de fazer a rematrícula para o próximo ano letivo, por causa de seu cabelo "exótico", um blackpower.
A Associação Cedro do Líbano de Proteção à Infância, uma escola localizada no bairro Jd. Vergueiro, ficou famosa recentemente, ao pedir em um comunicado, para que os alunos fossem para a apresentação de Natal com os cabelos lisos soltos, para fazer com que o evento "ficasse bonito". No comunicado usaram a foto de uma atriz mirim que na novela infantil Carrossel, hostiliza constantemente um personagem negro. 
Qual é a IMPORTÂNCIA DA UNIDADE AFRICANA PARA A AUTOESTIMA DE NOSSAS CRIANÇAS? Nosso povo, como qualquer outro, necessita de um norte, uma referência, e ao invés de nos limitar a uma única nação, temos que nos fortalecer com a UNIDADE AFRICANA. O haitiano precisa entender porque ele está sendo atacado no Brasil; assim como devemos compreender o motivo que leva as pessoas a ter mais comoção com a morte de uma criança síria do que a morte de uma criança senegalesa. 
Portanto a autoestima de nossas crianças está naturalmente atrelada as suas raízes, que fornecem subsídios necessários para a construção da identidade. 
Nossa unidade africana, é a nossa fortaleza.

Alaru (U.C.P.A. - 18º ENCONTRO DOS ERÊ - 06/DEZ/2015)

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