"Nzambi a tu bane nguzu um kukaiela"

sábado, 7 de abril de 2012

Rainha Yaa Asantewa ---- "Pan-Africanismo na América do Sul" ----------- (Elisa L. Nascimento)

Rainha Yaa Asantewa (1840 - 1921)

O rei Prempeh dos Ashanti foi exilado pelos ingleses em 1896, e este acontecimento provocou o lançamento de uma campanha de resistência que foi levada à Europa por Casely Hayford, ao mesmo tempo que a rainha Yaa Asantewa resistia na terra natal. Essa guerra combatia, entre outras coisas, a tentativa inglesa de confiscar o sagrado banco de ouro, símbolo supremo de soberania e da independência dos Ashanti, Yaa Asantewa, assistindo o conselho governamental Ashanti sobre a situação, viu alguns dos chefes... dizendo que não deveria haver guerra. Deviam, em vez disso, fazer uma peregrinação para pedir ao governador o retorno do rei Asantehene Prempeh. Então repentinamente se levantou Yaa Asantewa, Rainha Mãe dos Ejisu, e falou: "Se fosse nos dias corajosos de ontem, os dias de Osei Tutu, Okomfo Anokye, e Opolu Ware, os chefes não teriam continuado sentados assistindo o seu Rei sendo levado embora, sem disparar um tiro. Nenhum branco teria ousado falar aos chefes dos Ashanti da maneira como o governador falou a vocês esta manhã. (...) Eu tenho que dizer o seguinte: se vocês, os homens de Ashanti, não vão adiante, nós vamos. Nós as mulheres vamos. Eu chamarei as minhas companheiras. Nós combateremos os brancos. Combateremos até que nossa última companheira caia nos campos de batalha". Esse discurso movimentou os chefes, e imediatamente a reunião prestou o grande juramento dos Ashanti de lutar contra os brancos até que soltassem o Asantehene. Yaa Asantewa foi líder dessa guerra. Então os Ashanti cortaram os fios telegráficos e sitiaram Kumasi.


Os ingleses ficaram sitiados por muitos meses, até que chegaram da Europa novos contingentes de soldados carregados de armas poderosas. Quando, ao fim da guerra, Yaa Asantewa e os Ashantis foram capturados pela superior força de armas, os ingleses haviam completado quase um século de contínuas derrotas militares, até conseguir tomar a Costa do Ouro.

Nascimento, Elisa Larkin.
"Pan-Africanismo na América do Sul: 
Emergência de Uma Rebelião Negra".
São Paulo: Vozes, 1980. p. 151 - 152.

Nenhum comentário: